PCdoB acompanha Evo Morales na reta final da campanha
Um comitiva do PCdoB esteve na Bolívia , neste final de semana, para participar das atividades finais da campanha à reeleição do presidente Evo Morales. A visita aconteceu a convite do Movimento ao Socialismo (MAS), como desdobramento de convênio firmado entre o Partido do presidente Evo Morales e o PCdoB, no 12º Congresso dos comunistas brasileiros. A delegação participou de dois comícios de encerramento da campanha, que reuniram milhares de pessoas.
Evo discursa para a multidão
Além dessa representação, mais de duas dezenas de militantes do PCdoB do Acre se deslocaram na última sexta-feira na cidade fronteiriça de Cobija, capital do Departamento (Estado) de Pando, na fronteira com Brasileia, cidade brasileira do Estado do Acre, localizada a pouco mais de duzentos quilômetros da capital Rio Branco.
Nela, os comunistas brasileiros levaram a solidariedade do PCdoB no comício de encerramento da campanha de Evo Morales naquele departamento, num ato onde, a despeito da forte chuva amazônica, mais de 5 mil pessoas acolheram entusiasticamente o presidente boliviano – um grande comício, tendo em vista que Cobija não tem mais de 40 mil habitantes.
O simbolismo do ato
O comício de encerramento da campanha do MAS é revestido de forte simbolismo. Afinal, há pouco mais de um ano, em 11 de setembro de 2008, ocorria naquele Departamento, na localidade de El Porvenir, próximo a cidade de Cobija, o massacre de mais de duas dezenas de camponeses que marchavam à capital para protestar contra o governador direitista Leopoldo Fernandez.
O massacre gerou uma enorme comoção internacional, suscitando o afastamento de Fernandez por crime de genocídio e a decretação de Estado de sitio naquela região. Após o massacre, uma comissão especial da Unasul, liderada pelo jurista argentino Rodolfo Mattarollo investigou o caso e concluiu a premeditação do crime praticado pelas estruturas da Prefeitura (Governo) de Pando.
Fernandez está preso em La Paz. Não obstante, é candidato a vice-presidente na chapa oposicionista liderada pelo também direitista ex-governador de Cochabamba, Manfred Reyes Villa.
Membro da Secretaria de Relações Interrnacionais do PCdoB, Ronaldo Carmona, destacou, após participar do evento, a importância de a experiência bolivariana passar a estender-se efetivamente por toda a Bolívia.
"Surgida com força na parte andina, fruto da opressão a que as massas populares e indígenas eram submetidas historicamente na Bolívia, o processo de mudança chega com força, como vimos, à Amazônia boliviana, sobretudo após as forças de direita terem sido desmascaradas e desmoralizadas em razão do massacre de setembro passado”, afirmou Carmona.
Segundo ele, a reeleição de Evo Morales representa a continuidade do ciclo progressista em curso na América Latina, "mostrando que, a despeito do golpe em Honduras - que tenta conter este ciclo - este segue, tendo em vista o amplo apoio do povo das forças de esquerda por toda nossa região”.
Relações PCdoB-MAS
Carmona lembra que o PCdoB sempre esteve ao lado do governo de Evo Morales. "Quando do escândalo da direita brasileira por conta da nacionalização dos recursos petrolíferos na Bolívia, o partido, em nota, reafirmou nossa solidariedade aos bolivianos, partindo da idéia de que é direito inalienável de um povo possuir soberania sobre suas riquezas”, colocou.
O comunista ressaltou que a visita da delegação do PCdoB fortalece as relações entre PCdoB e MAS. "Temos grande interesse em fortalecer essa relação, tendo em vista que a experiência boliviana destaca-se entre as mais avançadas que temos hoje na América Latina”, encerrou.
No sábado, a deputada Jô Moraes se deslocou à cidade de Guayaramirin, no Departamento (Estado) de Beni, para novo comício de Evo Morales. O local fica separado por um rio da cidade brasileira de Guajará-Mirim, no Estado de Rondônia. Se o público do comício anterior já havia impressionado os comunistas, neste segundo ato, a presença popular superou ainda mais todas as expectativas.
De acordo com Jô Moraes, apesar de Guayaramirim ser um departamento comandado pela oposição, a campanha de Evo Morales estava nas ruas, circulava pela cidade. Recebido ainda no aeroporto pelo povo, o presidente mostrou seu prestígio e capacidade de unir, atraindo desde partidários e integrantes do Partido Comunista da Bolívia, até grandes comerciantes e uma grande delegação brasileira.
Da Redação
Fonte: http://www.vermelho.org.br
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