EDUCAÇÃO DE QUALIDADE E OS PARAISOS ARTIFICIAIS

Muito se debate sobre a qualidade de educação e de ensino, mas o que é isso mesmo? Porém, percebe-se na sociedade uma constante preocupação com o ensino de qualidade mais do que com a educação de qualidade. Todavia, ensino e educação são conceitos que divergem. Compreende-se que o ensino constitui-se através de uma série de atividades didáticas com finalidades especificas para ajudar aos educando a compreenderem as áreas específicas de conhecimentos (língua portuguesa, ciências, história, matemáticas dentre outros). Já no concernente a educação, o foco além de estar centrado no ato de ensinar, está volta-se para os instrumentos que integram o ensino a vida, ao conhecimento, a ética, a reflexão, a ação e, sobretudo, a construir uma visão da totalidade do mundo em que o cidadão estar inserido.

Há quem acredita que qualidade de educação se restringe a bons prédios, bons equipamentos de informática, ou até mesmo a funcionários satisfeitos por estarem ganhando mais ou menos bem, ou ainda, cumprindo sua carga horária e aprovando a maior quantidade possível de alunos, além da gestão descentralizada de recursos. Com isso, cumprindo esse roteiro, acreditam os tecnocratas que temos educação de qualidade, pois existem os índices oficiais para comprovar essa melhoria. Na verdade a questão é bem mais complexa e profunda que esse aparente paraíso artificial. Assim, torna-se extremamente necessário que o Sinteac, os trabalhadores em educação, a sociedade civil organizada, e todos os responsáveis pelo desenvolvimento da Educação em nosso Estado mergulhem na raiz da questão em busca de uma Educação de qualidade. Pois, o pensamento avançado que permeia a educação brasileira vai muito além do que foi citado, apesar de constituírem objetivos importantes a serem alcançados para o bom funcionamento do sistema, destacaria ainda três questões fundamentais, pois sem as quais o discurso de educação de qualidade torna-se vazio:

1 – Educação deve ser vista como instrumento de erradicação da pobreza e da desigualdade social latente em nossa sociedade.

2 – Entendemos que só se constrói educação de qualidade quando temos cidadãos das mais diversas classes sociais vivendo inclusão social e integração cultural. Com isso, situa-se o educando no centro de um processo de desenvolvimento humano sustentável, pois, as opções para viver com dignidade, valorizando a diversidade e respeitando os direitos de todos são mais evidentes.

3 – A educação de qualidade deve na sua totalidade contribui na construção de uma sociedade mais coesa na prevenção da corrupção e da violência. Por conseqüência teremos cidadãos mais engajados ao combate as injustiças sociais.

Mediante ao que foi dito, acredito que educação de qualidade pode ser concretizada a partir do discorrido, ou seja, cumprir o papel de levar o cidadão a transformação de sua vida na conquista da emancipação político-social.

José Chaves

Presidente da CTB/AC e Secretario de Finanças do Sinteac